107.ÁLBUM-Manuel Portela (1ºGC)

Álbum do Manuel Martins PORTELA 



Apresento algumas das minhas fotos pessoais.

Os companheiros e os locais que estas fotos representam serão inesquecíveis para mim e por isso quero partilhar com todos estas imagens.

Fiz parte do 1ºGrupo de Combate (Alf.Gama Henriques/Furriel Pinela)

Um abraço
Portela

Os meus primeiros passos na tropa e integração na C.Caç.2418 em Chaves

O início da minha vida militar aconteceu, em 29 de Janeiro de 1968, no Regimento de Infantaria 13, em Vila Real, onde fiz a minha recruta.
O RI13 tinha como Comandante o Coronel Miranda e como Director de Instrução o Major Cordeiro.
Fui integrado na 1ª Companhia, 4º Poletão, instalada na 2ª caserna e  comandada pelo Tenente Passos. O Aspirante Pereira era o comandante de pelotão, coadjuvado pelos: Furriel Correia da Silva, Cabos Milicianos Mário Costa, Gomes e Machado e ainda o Cabo Carvalho como fotógrafo.


Aqui uma demonstração de pontaria...

A 1ª Companhia (frente à 2º caserna)

Cabo Carvalho, Furriel Correia da Silva, Aspirante Pereira, Cabos.Mil.Machado, Mário Costa e Gomes

Na linha de comboio com o Furriel Correia da Silva

Manobras durante a recruta

Após a recruta segui para o BC 10 em Chaves para formação de especialidade:
ATIRADOR
1º CABO


O Quartel de Chaves então chamado Batalhão de Caçadores 10 (BC10) onde foi formada a C.Caç.2418


1º Grupo de Combate ainda em formação no I.A.O. em que recebemos treinamento para a guerra que nos esperava. Como Comandante o Alferes Gama Henriques e Furriel Pinela meu Comandante de secção. 

Este foi o estandarte que nos foi atribuído quando formada definitivamente a C.Caç.2418.
Esta imagem segue-me, desde então, até à presente data.
Continua a ser o símbolo de união entre todos os componentes desta companhia.
Embarcamos neste belo paquete no dia 23 de Julho de 1967, rumo a Moçambique.
Luanda - 1 Agosto 1968 -  cidade a fervilhar numa bela marginal. Respirava-se um "vida boa"

A CHEGADA A MOÇAMBIQUE

Desfile de todas as companhias embarcadas no Vera Cruz
MASSANGULO




Eu e a minha "amante"


Com Alves Vieira numa prova de fumo real
O meu "ar" romântico e saudoso!

Todos a dar música
Equipa dos Portelas.... só vedetas
A equipa de craques do 1º Grupo Combate que nesse jogou com a equipa do 3º GC.
Ganhamos 2-1.

Aqui estou procurando o perigoso inimigo nas bananeiras
Além do futebol, música e outros, também fazíamos "exercícios" para protecção do aquartelamento construindo abrigos.

"Exercício" quase concluído

Em operação


Saídas para Operações
Base de Catur por nós destruída em 27 Fevereiro de 1969
Base de Catur por nós destruída em 27 Fevereiro de 1969


Material capturado na Base de Catur
Material recolhido na fronteira do Malawi por indicação de um ex-Frelimo


o meu GRUPO DE COMBATE


Pinela, Portela, Pinto, Correia, F.Costa, Ricardo e Moreira




Depois da missa um passeio pela Missão


No aldeamento de Massangulo



NATAL de 1968. O postal de boas festas que enviei à família.
O nosso fotógrafo não foi muito imaginativo pois colocou imagens de montanha e neve quando tinha paisagens locais tão maravilhosas.
CATUR


Na Estação de CATUR - Auto metralhadora de protecção ao comboio

MANIAMBA





Este foi o meu CONDOMÍNIO durante 6 meses
Em Maniamba, no local que seria o ponto de concentração nosso e dos habitantes locais.
Tambor a funcionar!  Preparados para o batuque dessa noite.
Na noite de batuque... todos dançam... e não só!



Viatura "minada" de uma outra companhia

Munições de canhão sem recuo, utilizadas pelo inimigo para acrescentar às minas anti-carro, encontradas pelo meu Grupo quando regressava de uma operação na Serra Jeci e depois de atravessar o Rio Messinge. Estas munições (enormes) foram encontradas, num buraco parecido com uma toca de animal selvagem, e retiradas pelo Furriel Barbosa com a ajuda de uma rede mosquiteira.

14 de Agosto de 1969, em Maniamba. Resultado de uma mina que matou 3 companheiros e provocou 14 feridos.
Neste dia subi por duas vezes para esta Berliet, pois eu pertencia ao Grupo que ela transportaria, e das duas vezes desci. 
Desci a primeira porque o capitão queria falar-nos. 
Desci a segunda porque um Furriel disse-me que a minha esquadra deveria descer. 
As viaturas arrancaram e algum tempo depois rebentou a fatídica mina.

Este acontecimento fez-me lembrar a minha mãe que, antes da despedida do embarque para Moçambique, me entregou uma medalha (medalha milagrosa) e disse-me "anda sempre com ela; nunca a abandones"... eu tinha aquela medalha.





Na pista de Maniamba eu o o meu coo-piloto Adão de partia para um perigoso bombardeamento a uma base inimiga.
Depois de Maniamba e cerca de mês e meio em Catur fomos enviados para SONE, junto do Ria Zambeze.Embarcamos em Nacala, navegamos até a BEIRA e daqui de comboio até à Vila de Sena.

Uma espécie de paraíso junto ao Zambaze

Fomos destacados para CANXIXE, bem longe do Zambeze, mas igualmente pacífico. 

Em CANXIXE  - Bem perto de nós as minas de fulorite. O FLURITE é um mineral composto de fluoreto de cálcio, de fácil fusão, usualmente encontrado em cristais transparentes ou translúcidos e de cor variável. É um material cristalino de grande variedade de cores e por isso também é usado em adereços/adornos especialmente místicos.

FURANCUNGO - Estávamos em Sone, em pausa, mas não nos deixavam "pausar" diversos grupos de combate foram fazer operações em Furancungo, muito próximo da fronteira da Zâmbia.

O MORRO DO ELEFANTE em Furancungo.
Desarmado, sem botas e sem quico a caminho da peluda

Este foi a "casca de nós" que nos trouxe até Lisboa. Viagem bem amarga, ao mesmo tempo maravilhosa porque regressávamos a casa.

Na costa da África do Sul. Pode ver-se, ao fundo,  a cidade do CABO.

Outro momento da costa.

Moçâmedes - Câmara Municipal.

Moçamedes - praia

Baía de Luanda 

Luanda
Baía de Luanda no fim desse dia.


Funchal-Madeira; já estávamos mais perto de casa.

LISBOA- Dia 13 de Setembro de 1970

LISBOA- Dia 13 de Setembro de 1970 - 07H00

Dois lados de ansiedade: nós no barco, as nossas famílias no cais. 

Santa Apolónia - mais um passo

Estação de Chaves - chegamos à 03H00 e ninguém nos esperava... lamentável!
Encerro o meu álbum, que resume a minha história na C.Caç.2418, com a bandeira de Portugal. Com todas as contrariedades e vivências incómodas, as imagens lembram e confirmam o cumprimento do meu dever de cidadão. 

Fui UM dos 1.400.000 jovens que foram envolvidos naquela guerra que, bem posso afirmar, foi dolorosa e INÚTIL.
25 Abril 2015 - Condecoração
Medalha: 
CAMPANHAS E COMISSÕES ESPECIAIS DAS FORÇAS ARMADAS PORTUGUESAS

Recebi em 25 de Abril de 2015 esta condecoração que me foi feita por sua excelência o Coronel Tirocinado Comandante da Escola Prática dos Serviços (Quartel da Póvoa de Varzim).

Nota: Esta medalha foi solicitada pela A.P.V.G. (Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra) da delegação de Barcelos e entregue em cerimónia militar junto do memorial desta associação em Barcelos.



20 Outubro 2016
Visita e convívio com o Sr. Presidente da República 


Uma visita de cortesia ao Sr. Presidente, no dia de romagem da Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra (A.P.V.G.) ao memorial dos mortos em Belém, com os meus camaradas da C.Caç.2418: Magalhães e Neto e outros amigos.




2017.03.09 - Olá camaradas. É só para dizer um olá! Gostei de ver estas fotos, pois elas também me dizem alguma coisa. Pois como é do vosso conhecimento também andei por essas bandas! Em particular, não me esqueço do fatídico dia 5 de maio de 69. Para todos vós um grande abraço. Apareçam no nosso blog. 
SANTA. C-Cav2415. 

Obrigado por ter consultado o meu álbum
Manuel Portela

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