COMPANHIA DE CAÇADORES 2418
Na Guerra em Moçambique 1968-1970
2ª Edição
Foram muitos os pedidos para aquisição do nosso livro, não só por diversos camaradas da 2418, com vista a ofertas a familiares, amigos e instituições, como também de diversas instituições e pessoas que tomaram conhecimento e se interessam pelo tema. Esta reedição também se justificava pelos novos testemunhos recebidos de alguns camaradas e, não menos importante, a carta que nos foi enviada por Sua Exa. o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa que, já na 1ª edição, foi referido aquando da sua presença, acompanhando sua mãe Sra. Dra. Maria das Neves que visitou a nossa Companhia acampada em Maniamba nas vésperas do natal de 1969. Nesta reedição foram revistos e aperfeiçoados alguns textos e incluídas novas informações entretanto recolhidas nos arquivos oficiais de Exército. Nesta edição foram inseridas cerca de 30 novas páginas.
As alterações mais relevantes desta edição actualizaram este Blogue nas páginas;
• 001.Introdução
• 006.Falando de nós
• 014.Catur voltamos
• 018.Operacionalidade Tambara
• 024.Testemunhos : Lino Ribeiro, António Costa, José de Jesus Ribeiro e do PR Marcelo Rebelo de Sousa
• 025.Os Arquivos Oficiais
Destacamos o Prefácio da 2ª Edição de autoria do ex-Alferes José Carlos Henriques
PREFÁCIO (2ª edição)
1 - Nesta segunda edição do “nosso” livro, o nosso pensamento vai para todos os familiares dos ex-militares desta Companhia, os que ainda estão entre nós e os que já partiram, e que ano após ano se reúnem não só para tomarem parte no ato religioso já habitual como também, de seguida e em jeito de romaria caminharem para o restaurante.
2 - Independentemente do sacrifício e risco que corremos na guerra colonial, combatendo o inimigo Frelimo, algures no norte de Moçambique, a verdade é que se constituiu, à semelhança de muitas outras unidades militares que se reúnem em “família”, uma vontade expressa e implícita de recordar com alguma euforia os episódios mais marcantes daqueles dois anos que vivemos nesta unidade militar.
3 - Todas as Gerações que passaram pela guerra colonial e que nesta época estão na idade dos 60/70/80 anos vêm, há muito, constituindo um fenómeno curioso, que na maior parte das situações passa despercebido à nossa juventude, mas que se traduz num profundo sentimento de união e que vai marcar a história sociológica portuguesa.
4 - Naturalmente que os nossos filhos, talvez com maior precisão poderão ajuizar, já num quadro demográfico desenvolvido, um valor intrínseco mais elevado deste fenómeno (os nossos convívios) e que nós, que ainda por cá andamos, não nos apercebemos, não por ignorância, mas por uma questão da evolução natural da própria história da humanidade.
5 - Como sabemos, o envelhecimento, parte integrante da ordem natural demográfica – muito complexo na sua essência – sobretudo quando os governos não adotam as políticas mais adequadas no sentido de manter o equilíbrio entre a população ativa e a já reformada, gera apreensões. Esta evolução existe na interdependência de outras dinâmicas científicas, que aliadas às conjunturas económicas dos tempos que correm, se tornaram habituais.
6 - Examinando mais algumas variáveis do modelo matemático de André Babeau (1985), estão aqui em causa os fenómenos naturais de natalidade e de mortalidade - os dois extremos que a natureza humana criou e que os dirigentes políticos têm a obrigação de proteger com muita perseverança, de modo a manter o já referido equilíbrio da população ativa. Assim sendo e por isso, é desejável por todos nós (nossos netos e bisnetos) que esta C.Caç.2418 perdure nos tempos.
7 - Facto curioso em termos de conflitos armados, é que o exército português e sem que Portugal esteja em guerra, está a voltar para África com ou sem preparação específica para as missões que presta, integrada nas Nações Unidas é verdade, mas a lutar por uma causa que nem sabemos qual. Como os tempos não mudam!!!???, todavia e pelas notícias, em defesa de um país que não consegue por si só resolver os seus problemas de segurança.
8 – Parafraseando Eduardo Lourenço no seu ensaio O Labirinto da Saudade…” Psicanálise mítica do destino português…” e admitindo-se um não colonialismo a verdade é que o povo português vê os seus filhos (alguns), quarenta e cinco anos depois do 25 de Abril, voltarem para a guerra. Parece ressuscitado o “evangelho radiofónico” do nosso ex-império à data muito bem organizado e que as novas gerações – as desta época, não ouviram. Curiosamente, com outra fisionomia, a história acaba quase sempre por se repetir.
9 – Que os nossos netos e bisnetos daqui por alguns anos, procurem passar o testemunho da continuidade destas nossas reuniões e que as mesmas, integradas no quadro da antiga guerra colonial portuguesa, vão fazendo parte da História de Portugal sempre em curso e na qual a C.Caç. 2418 se inclui e jamais morrerá.
José Carlos Henriques (ex-Alferes)
2021.03.26
Na WEB dedicada aos Veteranos da Guerra no Ultramar, que tem como autor o ex Furriel António Pires, fomos honrados com a inclusão do anúncio desta nossa 2ª edição.
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